sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Queria eu





Queria euContornar os maresE na imensidão da noiteTocar as estrelas.
Falar com todos os seres viventesNão só falarAntes entendê-los.
Queria eu falar de amorNunca antes pronunciado.
Queria euTer em minhas mãos um controlePara que eu possa avançar os momentosQue para mim são horrores.
Momentos ruinsNão podem ser apagadosApagar as falhas, os errosTrazem lacunas.
Sem as taisSeríamos desumanosSeríamos deuses de nós mesmos.


Porque Devo Calar-me




Devo calar-me para não agredir com palavras
Devo calar-me para não entrar em colisão
Não com os outros, mas comigo mesmo.

Devo calar-me para não apoiar uns em detrimento de outros
Devo calar-me para não entrar em minha própria contradição, essa é somente minha.
Devo calar-me para não confundir a mim mesmo
Devo calar-me para não ser hipócrita
Devo calar-me para não chorar o leite derramado.

Devo calar-me para não sofrer às duras penas
Devo calar-me quando não me sinto bem
Devo calar-me quando não edifico nem a mim mesmo.


Devo calar-me quando as impurezas que escuto estão ao meu redor e não posso fazer nada.
Devo calar-me para não explodir em curto prazo
Devo calar-me para não provocar rebelião
Devo calar-me quando não aceito a mudança
Devo calar-me quando não quero a diferença
Devo calar-me quando não tenho o que falar.

Devo calar-me quando sei que o certo muitas vezes não é o pertinente a fazer
Devo calar-me quando o errado é o mais propício, porém contra a minha vontade.
Devo calar-me quando os nervos estão à flor da pele
Devo calar-me quando tudo não estiver ao meu alcance, se estiver, posso gritar.
Devia calar-me se fosse mudo, porém não o sou

Devo silenciar porque sei que é o melhor a fazer, morrer?
Não necessariamente, silenciar, apenas.