Nesse mês a "Rainha dos baixinhos" faz 25 anos de carreira na Rede Globo. Já de antemão não quero fazer aqui nenhuma homenagem nem muito menos um tributo para esse "mito" televisivo, não que ela não mereça tal reconhecimento (pois, não é o foco).
Analisaremos a partir de agora algumas questões na construção da lenda e do mito, assim como tantos outros construídos pela grande mídia.
A mídia necessita de vendas (audiência) da mesma maneira que os telespectadores ou simplesmente espectadores necessitam de estórias, contos e fábulas para satisfazerem-se no âmbito lúdico da vida.
Xuxa: de aspirante a modelo e atriz de chanchadas à "Rainha dos baixinhos" passou por um período longo na construção da personagem satisfatória a uma cultura popular e massiva.
Deu certo! Certo? Talvez. Atualmente na homenagem de seus vinte e cinco anos percebo o ressurgente discurso de que ela fez parte de uma geração, gerada por uma personalidade única e que até hoje é aclamada como rainha. Seria ela predestinada às insígnias da Corte real? Alguma semelhança com fatos dignos de realeza? A princesa Diana, por exemplo?
A batalha midiática juntamente com o monstro feroz da cultura massificada, chamado Globo estão ainda produzindo estórias e história.
Há quem chame de rainha, fada madrinha enfim, a questão é: até que ponto a história será sustentada com tais mitos? Tentar endeusar Maria das Graças seria ainda a fórmula para o sucesso? A luta da Globo é constante; muda-se horário, público-alvo, tenta-se reafirmar a todo custo a imagem de uma rainha sem berço real. Realeza inventada, reinventada pela corte chamada mídia. Corte essa que transforma príncipes em sapos em apenas milésimos de segundos, galãs negros em horário nobre com uma falsa ideia da extinção do preconceito racial no país, reality´s surgem como um manjar de reis. Santa hipocrisia!
Nos países ditos reais existem os poderes representativos, Rainha Elizabeth que o diga.
Aqui não seria diferente-tudo é motivo de flashes: namoro, gravidez, compra de carro, pintura na sala de estar, na varanda, enfim. Um arsenal para clicar em eventos corriqueiros e extremamente banais estão sempre a postos para desmoralizar e até mesmo engradecer a imagem, dependendo do interesse em jogo.
Quero dizer com tudo isso o seguinte: A imagem defasada de uma personagem, a busca pela manutenção do "trono real", a necessidade da sociedade de mitos, contos de fadas aliados à facilidade de construção de matérias alienatórias estabelecem um trono na mesma proporção que faz declinar em instantes.
Existem vidas em jogo, mas existe política também. Quantos artistas que foram da mídia gerados e delas foram vomitados?
Michael Jackson ("canonizado pela mídia após sua morte"), Madonna, Beatlles, Marylin Monroe, chefes de Estado do mundo todo e até pessoas que não necessitam da mídia para sobreviverem como reis, rainhas, príncipes e princesas.
Que Deus abençoe a vida desses ícones, que são a engrenagem para a fabricação de conteúdo em demasia da vida e da obra dos personagens mitológicos.