quarta-feira, 20 de julho de 2011

Feliz Dia Enfadonho Do Amigo



Seria eu ousado em dizer que Amigo não se conquista? Amigo também não se compra nem que lhe desse em troca um milhão de amigos (como diz a canção). 

Amigos são predestinados a serem Amigos, uma profissão que não se tem fundo de garantia, nem se recebe por tempo ou por invalidez. 

É algo infinito essa coisa de amizade. A função de Amigo é tão complicada, mas ao mesmo tempo a que mais recompensa. A que mais nos dá lucro (não falo no sentido capitalista). 

A sinceridade é a qualidade mais importante de um Amigo, e talvez a que dá mais "alicerce" para uma infinita e saudável amizade. Amigo mesmo calado é sempre bom ter por perto. Se quiser ficar longe: cuidado! Esse pode não ser seu Amigo. O que mata, extermina a Amizade é o orgulho. Mas todos estamos sujeitos a isso. Que pena! Deixamos de aproveitar cada segundo ao lado do Amigo. 

Rir, chorar, dar bronca ou "carão". Tudo parece melhor quando acontece com seu Amigo. Amigo é tão importante que nesse texto escrevi em maiúscula sua inicial. Poderia me deter várias horas acerca do que é o Amigo, mas não quero abusar da paciência Dele com essas palavras enfadonhas. 

Termino com uma homenagem a alguns Amigos. Deixa de ser idiota! Você é muito burro! Para de se incomodar! Você é imbecil! Ih será que ainda vão continuar meus Amigos? Eis aí um teste.

Parabéns a todos os Amigos e também os melhores Amigos.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

"Faz um milagre em mim..."


Impressionante o quanto se pronuncia essa frase de maneira pedante ou até miserável. Parece que todos, sem exceção estão à procura de milagres como prova da existência de Deus. 

Fico triste com tal afronta: pessoas são levadas a pedir ininterruptamente nos templos, santuários, capelas por misericórdia, por milagres por salvação, por cura. 
Essas mesmas pessoas não conseguem perceber que o milagre já foi feito, e ainda assim pedem por milagres da mesma maneira que vão ao comércio comprar vários litros de leite. 

A busca milagrosa é incessante. Seria a abundância da fé ou a inexistência dela? Ora, a fé não é a certeza das coisas que não se veem? Então por que todo mundo nutre a curiosidade para ver os tais milagres? Como eu falei querem provar a veracidade de Deus, e negam como consequência sua soberania e simplicidade (paradoxal não é?).

Paz!

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Epitafiando


Estava pensando esses dias sobre a morte, mais precisamente sobre a frase que seria exposta na lápide de minha cova ou como queiram o meu epitáfio. 

Pensei em gravar: "Oh! Aurora da minha vida da minha infância querida que os anos não trazem mais"... Pensei também em: "A natureza parecia estar chorando a perda irreparável juntamente com uns pouquíssimos amigos à beira de minha cova" (adaptado de Mémorias Póstumas de Brás Cubas). 

Achei bem melhor tornar meu epitáfio bem mais conciso. Estou aqui encaixotado nesse gavetão e a olhar para cima percebo as rachaduras ocasionadas pelos cupins, ácaros, minhocas enfim. Esses nobres animais festejavam o meu retorno como se eu fosse o filho pródigo. 

Aqui esse pobres bichinhos são extremamente honestos, carregados de hombridade em seus frágeis dorsos. Dotados de uma união entre sua espécie ímpar, nunca vi igual. Percebo uma familiaridade aqui dentro que parece que eu nunca deveria ter saído do local que me originou, ou seja do pó. 

Lá fora, pobre amigos roedores de minha casa fúnebre, a vida era tão brutal, tão torpe mas extremamente essencial.

Havia imundícias várias: pais tinham relações com suas filhas, filhos matavam seus pais para ficarem com a herança, a religião matava mais que uma arma de fogo. A sociedade estava assolada em hipocrisia, o Clero não comandava mais, pois em lugar dele a mediocridade reinava. Mortos vivos entregues ao luxo e à luxúria e a vaidade rodeavam os templos sagrados. Penso novamente que daqui não deveria ter saído.

Resumirei a fadiga desse vil relato. O meu epitáfio ficaria assim: não quero contemplar a morte como muitos fazem, mas sim a Vida que em si mesma é dotada de vida. Entoar um clamor pela Vida que para muitos é loucura e inexistente. Muitos querem ter mais de uma vida, sequencialmemente como se lhe trouxessem a perfeição de seus espíritos ou sua alma. Digo que apenas uma Vida me é necessário e por ter várias mortes sou privilegiado. Ninguém tem o direito de morrer tantas vezes como nós, seres humanos, nos foi legado tal direito de morte, sequencialmente. E ainda, somos ingratos por receber gratuitamente a Vida. 

A morte é para sempre, a vida é passageira. Deve ser por isso que entronizamos mais a morte do que a Vida. Tratar a Vida como Deus tratou, ai está a beleza. Cuidar da criação como Deus cuidou também. Contemplar o feio nos parece infinitamente mais bonito e atrativo e fazemos inescrupulosamente. Aguardem o meu outro epitáfio para minha outra morte.


terça-feira, 5 de julho de 2011

Brincando de ser Deus



Cientista "expert" em longevidade diz que homem poderá viver até 150 anos de idade, afirma ainda que esse tal homem já está vivo.


Desde os tempos mais remotos que o homem se valendo da frase "a imagem e semelhança " brinca de ser Deus ou deuses. Investiga-se o passado, projeta-se o futuro em detrimento do presente. Clonagens humanas, retardamento da velhice e agora, por último, previsões de tempo de vida baseadas em teste (saliento a palavra usada "teste", a palavra em si, visto que se trata de ciência, não existe tal significância. Logo não há como comprovar, existe apenas especulação). 

Cartomantes aparatadas de suas bugigangas preveem o futuro e tentam retardar suas vidas com previsões que não passam de disparates. Teria nesse caso alguma diferença da cartomante com o cientista? Um tenta provar a vida "além-túmulo", outra tenta fazer da boa-fé dos outros um meio de sobrevivência.

Enquanto muitas pessoas brincam de serem Deus sabemos pouco sobre futuro, sendo obrigado do uso de chavões-só se tem uma certeza: nascemos do pó e ao pó voltaremos. Seja com cem, duzentos ou trezentos anos bem ou mal vividos. Por que não prever o presente enquanto se pode mudá-lo a fim de que tornemos a vida mais saborosa e habitável em si? Somos todos lunáticos na busca de coisas em que não se pode pegar, algo distante, algo que não se pode quantificar. 

Fiquemos com o presente por enquanto: beba café sabor suave, respire a terra como se não houvesse poluição, coma alimentos que de forma alguma foram modificados geneticamente. Apenas viva!

Paz!

sábado, 2 de julho de 2011

Xuxa: A Criacão de Um Mito


Nesse mês a "Rainha dos baixinhos" faz 25 anos de carreira na Rede Globo. Já de antemão não quero fazer aqui nenhuma homenagem nem muito menos um tributo para esse "mito" televisivo, não que ela não mereça tal reconhecimento (pois, não é o foco).

Analisaremos a partir de agora algumas questões na construção da lenda e do mito, assim como tantos outros  construídos pela grande mídia.
A mídia necessita  de vendas (audiência) da mesma maneira que os telespectadores ou simplesmente espectadores necessitam de estórias, contos e fábulas para satisfazerem-se no âmbito lúdico da vida.

Xuxa: de aspirante a modelo e atriz de chanchadas à "Rainha dos baixinhos" passou por um período longo na construção da personagem satisfatória a uma cultura popular e massiva. 

Deu certo! Certo? Talvez. Atualmente na homenagem de seus vinte e cinco anos percebo o ressurgente discurso de que ela fez parte de uma geração, gerada por uma personalidade única e que até hoje é aclamada como rainha. Seria ela predestinada às insígnias da Corte real? Alguma semelhança com fatos dignos de realeza? A princesa Diana, por exemplo?

A batalha midiática juntamente com o monstro feroz da cultura massificada, chamado Globo estão ainda produzindo estórias e história.

Há quem chame de rainha, fada madrinha enfim, a questão é: até que ponto a história será sustentada com tais mitos? Tentar endeusar Maria das Graças seria ainda a fórmula para o sucesso? A luta da Globo é constante; muda-se horário, público-alvo, tenta-se reafirmar a todo custo a imagem de uma rainha sem berço real. Realeza inventada, reinventada pela corte chamada mídia. Corte essa que transforma príncipes em sapos em apenas milésimos de segundos, galãs negros em horário nobre com uma falsa ideia da extinção do preconceito racial no país, reality´s surgem como um manjar de reis. Santa hipocrisia!

Nos países ditos reais existem os poderes representativos, Rainha Elizabeth que o diga.
Aqui não seria diferente-tudo é motivo de flashes: namoro, gravidez, compra de carro, pintura na sala de estar, na varanda, enfim. Um arsenal para clicar em eventos corriqueiros e extremamente banais estão sempre a postos para desmoralizar e até mesmo engradecer a imagem, dependendo do interesse em jogo.

Quero dizer com tudo isso o seguinte: A imagem defasada de uma personagem, a busca pela manutenção do "trono real", a necessidade da sociedade de mitos, contos de fadas aliados à facilidade de construção de matérias alienatórias estabelecem um trono na mesma proporção que faz declinar em instantes.

Existem vidas em jogo, mas existe política também. Quantos artistas que foram da mídia gerados e delas foram vomitados?

Michael Jackson ("canonizado pela mídia após sua morte"), Madonna, Beatlles, Marylin Monroe, chefes de Estado do mundo todo e até pessoas que não necessitam da mídia para sobreviverem como reis, rainhas, príncipes e princesas.
Que Deus abençoe a vida desses ícones, que são a engrenagem para a fabricação de conteúdo em demasia da vida e da obra dos personagens mitológicos.