sexta-feira, 30 de julho de 2010

O Prazer de Viver


Viver é sorrir

Cantar
Dançar
Pular
Beijar
Viajar
Orar
Nadar
Pedalar
Sorrir
Gargalhar
Anunciar
Pedir a Deus
Clamar
Se animar.

Conversar com o alheio
Alegrar o alheio
Demagogar
Mas antes alegrar-se a si mesmo.

Tornar-se mágico
Ora o salário aqui não é lá essas coisas
Fazer simpatias
Fazer simpatias?
Viver no caos
Analisar o caos
Contornar o caos
Caos externo
Caos interior.

Ajudar o próximo
Amá-los
Amar a Deus antes de qualquer coisa
Entrar em greve
Entristecer
Chorar
Padecer
Padecer?
Buzinar
Curtir.

Dar a outra face
Afinal a outra já está surrada, não é mesmo?
Comer
Satisfazer
Se satisfazer
Impossível?
Não para quem crer.

Amar
Brincar
Plantar
Regar
Colher
Cozer, coser.

Costurar
Os remendos
As falhas
Renovar
Reconstruir
Cozinhar
Servir
Comer
Encher-se
Disseminar
Esvaziar-se
Sequência mais que óbvia.

De vez em quando fazer o inverso
Descer da árvore
Desce depressa!
O chamado é específico
Será o publicano?

Ensinar
Exortar
Admoestar
Vestir a carapuça
Não apenas vestir
Carregá-la
Transformá-la em cruz?

Rodopiar
Saltar
Conhecer o desconhecido
Conhecer o conhecido
Examinar
Automedicar
Comprar
Navegar
Mares nunca dantes navegados.

Mudar de rua
Mudar de rua!
Não de destino...

Até Quando




Até quando entrarei em meu quarto
E deparar-me-ei com a bagunça?
Até quando entrarei visceralmente em mim
E encontrarei as manchas do passado?
A consciência do presente?
Ou as incertezas do futuro?

Até quando olharei para fora da janela
E verei as imundícias
Que assolam o país?

Até quando assistirei cada injustiça
Tão absurdamente
Expostas
E anestesiado
Não poder fazer nada?

Cada rastro de sangue sobre o asfalto
E logo embaixo dele
As minhocas sendo alimentadas
Minuto a minuto

Cada barriga insaciada de fome
Cada inocente perdendo sua vida
Perdendo-a sem motivos aparentes
Ou seríamos nós perdendo
Nossas próprias vidas?

Crucificar todos os dias
Aquele que crucificado foi
Doença psicopatológica
Ser imoral
Irracional
Desconjuntura institucional
Ou desequilíbrio sócio-mental?
Anarquia Institucionalizada
Estatizada
Povos sem lei
Abutres
Sem regra
Sem rédea

Sem pause
Incontroláveis

Na grande massa se dissipam
Vergonha
Dor
Sofrimento

Paz
Onde fica?
No chão
Nas mãos
Nos pés
No coração
Lugar menos improvável para tal

Não há nada que detenha
A vil crueldade
Órfãos de pai e mãe terrenos
Mendigos
Luxuriantes
Inebriantes

Deus quando voltarás?
O tempo está próximo
Brincamos
Sem cessar
Inconscientemente
Jesus volta logo
Até quando esperar?

O sino da capela toca
A trombeta também
Os nenéns choram
As mães choram
As pedras clamam
E clamam
E clamam!

Ufa!
Até quando esperar?