sexta-feira, 5 de agosto de 2011

A Pipa


A PIPA: Brinquedo usado por crianças, adolescentes e até adultos para elevar a terra até ao céu. Ou seria o inverso? Tentar puxar o céu até a terra? 


Não se sabe a sensação de um menino que eleva a pipa até o alto, sabe-se apenas que é algo mágico.

Tentar fazer uma ponte através da linha entre o céu e a terra. Diria até que as pedras clamam-clamam de maneira calada, tão calada que não se percebe a busca do transcendental, do superior, do elevado nesses mínimos detalhes. A criança ao fazer tal experiência, busca empinar sua pipa para o mais alto que pode; e quando o faz se enche de alegria como que tivesse alcançado inúmeras conquistas. A pipa, lá, toda imponente sendo imposta ao vento mas sem mérito algum em seu voo. A criança continua a regozijar o feito. E cada vez mais a pipa põe-se a voar sem destino, porém limitada a um e a outro. Ela sem saber é serva de dois deuses. Corre para um e ainda sim é amparada pelo outro. 

Busquemos então, fazer de uma parcela de nossa vida como faz a pipa. Ela voa sabendo que estará sempre exposta aos extremos, que por si só se deleitam no maniqueísmo. Mas para conseguir extrair da pipa algo bom, seria: deixar o vento passar em nosso rosto e perceber que sempre temos algo a receber, mesmo quando menos se espera. A pipa não sabe o que vai encontrar pela frente, mas ainda sim busca. Genuína fé?

O que dizer das estampas? Umas com dupla face, outras que se camuflam pelo ar (parecendo até aves a despontar nas nuvens), outras com seus rabos gigantes se fazendo de pavão. Em determinada hora a pipa desce e percebe o seu lugar. Ao cair, todos correm para "ampará-la" todos torcem por sua queda, festejam o inevitável. E ainda assim a pipa ressurge bastando apenas uns retoques para alçar voos ainda mais altos. No entanto, a pipa percebe que sua missão na terra era alegrar o menino e nada mais. Voa pipa voa.

Paz!